• 12 novembro
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    Conto Barba azul, o despertar da mulher

    A história do Barba Azul nos convida a um mergulho profundo e desafiante nas sombras que habitam a psique feminina. Não é apenas um conto antigo, mas um espelho para a jornada interior que cada mulher percorre em direção ao autoconhecimento, onde encontramos forças e fraquezas que nem sempre são fáceis de encarar. Como Guardiã do Sagrado Feminino, vejo nesta história um chamado para despertar o poder intuitivo e aprender a reconhecer as armadilhas sutis que podem nos afastar de nossa própria essência.

    Imagine que cada uma de nós, em algum momento, encontra um “Barba Azul” em sua vida. Ele pode aparecer como uma relação que promete segurança, mas, no fundo, nos sufoca; como uma escolha de carreira que parece ideal, mas que nos desconecta de nossa verdadeira vocação; ou ainda, como uma crença interna que nos diz que devemos ser “boas” e “obedientes”, colocando as necessidades dos outros acima das nossas. Assim como a jovem do conto, podemos, por ingenuidade ou falta de experiência, ignorar esses sinais iniciais de perigo, vendo apenas a promessa de estabilidade, de amor ou de reconhecimento.

    No conto, a chave representa o poder da intuição e do conhecimento interior — uma chave que todas possuímos. Quantas vezes, na vida, recebemos esse símbolo? Pode ser uma inquietação no peito antes de entrar em uma situação, uma sensação de alerta diante de uma escolha, ou aquele pressentimento sutil que surge em momentos críticos. São esses sinais que, se ignorados, podem nos manter presas a ciclos de sofrimento e ilusão.

    Um exemplo prático desse aprendizado surge quando enfrentamos um relacionamento que, por mais que tentemos justificar, não nos faz bem. Talvez seja um parceiro que nos critica, que não apoia nossas escolhas, ou que nos faz duvidar de nós mesmas. Mesmo com todas as “chaves” internas piscando, resistimos a olhar para essa verdade, temendo as consequências de uma ruptura. Quando finalmente decidimos “abrir a porta proibida” — ou seja, olhar para a relação com honestidade —, podemos ver os sinais de desgaste e perceber que precisamos agir. Este momento é o equivalente ao momento em que a jovem do conto vê as marcas deixadas pelas esposas anteriores: um choque, mas também uma revelação libertadora.

    O sangue na chave simboliza as emoções e a dor que sentimos ao confrontar essas verdades difíceis. É o peso de carregar uma realidade que já não pode ser ignorada. Quantas de nós já experimentaram isso? Sabemos que algo precisa mudar, mas ainda hesitamos, deixando a chave “sangrando”, e com isso, a alma sangra também. Este é o peso emocional que carregamos ao prolongar situações tóxicas, ignorando nossos limites e intuições.

    A jovem mulher, ao perceber que não consegue enfrentar o Barba Azul sozinha, pede ajuda. Isso também é um chamado para nós: que aprendamos a buscar apoio quando necessário, que nos conectemos com outras mulheres e com nossa própria energia masculina interna, aquela que age, protege e se manifesta em momentos críticos. Assim como a mulher chama seus irmãos, nós também podemos evocar forças internas de proteção e coragem para confrontar o que nos domina.

    Esse ato de pedir ajuda e de integrar diferentes partes de nossa psique — a intuição e a ação — é essencial. Em uma situação de trabalho, por exemplo, podemos perceber que estamos em um ambiente que desvaloriza nossa contribuição. Sabemos, em nosso íntimo, que merecemos algo melhor, mas o medo de perder a estabilidade financeira pode nos manter presas. Buscar apoio, seja em uma rede de colegas, mentoras ou em um grupo de autoconhecimento, nos dá forças para agir com mais clareza e confiança.

    No final, ao vencer o Barba Azul, a mulher inicia um novo ciclo. Ela agora caminha pela floresta de sua psique com confiança, com o instinto aguçado, pronta para perceber as ameaças, mas também para confiar nas oportunidades. Ela se torna uma mulher que sabe “correr com os lobos”, aquela que abraça seu valor e sua força.

    Assim, o convite do Barba Azul é uma oportunidade de transformação. Ele nos desafia a olhar para nossas sombras, nossos medos e, principalmente, a confiar em nossa intuição. Que possamos honrar essa chave interna, usando-a para abrir as portas que nos levam a uma vida mais verdadeira, mesmo quando o caminho é desafiador. E que, ao fazer isso, possamos inspirar outras mulheres a também se libertarem, a serem suas próprias guardiãs, caminhando com a força e a sabedoria de quem conhece as profundezas de sua própria alma.

    7 novembro
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    Ciclicidade feminina transforma sua produtividade e bem-estar

    A ciclicidade feminina é um aspecto fundamental da nossa existência, profundamente enraizado na natureza e na nossa essência. Compreender e integrar essa ciclicidade na nossa rotina de trabalho pode transformar nossa produtividade e bem-estar. Como Guardiã do Sagrado Feminino, convido você a explorar as quatro fases do ciclo menstrual, suas correlações com as fases da lua, estações do ano, e arquétipos femininos.

    Fase Folicular: A Lua Crescente e a Primavera
    A fase folicular inicia-se logo após a menstruação e é marcada pelo aumento dos níveis de estrogênio. Nesta fase, a energia criativa está em alta, refletindo a lua crescente e a primavera, épocas de renovação e crescimento.

    Arquétipo: A Donzela, simbolizando juventude, vigor e novos começos.
    Atividades Ideais: Iniciar novos projetos, planejar o mês, definir metas e objetivos. É um momento para sonhar alto e lançar as bases para futuros empreendimentos.
    Autocuidado: Pratique exercícios físicos mais intensos e desfrute de atividades ao ar livre que energizem e inspirem.

    Fase Ovulatória: A Lua Cheia e o Verão
    A fase ovulatória é o pico da feminilidade e fertilidade, refletindo a lua cheia e o verão, épocas de plenitude e máxima expressão.

    Arquétipo: A Mãe, simbolizando nutrição, comunicação e colaboração.
    Atividades Ideais: Networking, apresentações, reuniões importantes e atividades que envolvam interações sociais. A capacidade de comunicação está em seu auge, tornando este o momento ideal para conectar-se com os outros e apresentar ideias.
    Autocuidado: Dedique-se a práticas de autocuidado que promovam a expressão e a criatividade, como dançar ou participar de atividades sociais que você ama.

    Fase Lútea: A Lua Minguante e o Outono
    A fase lútea segue a ovulação e é caracterizada por um aumento de progesterona, preparando o corpo para a menstruação. Reflete a lua minguante e o outono, épocas de introspecção e preparação para o descanso.

    Arquétipo: A Feiticeira, simbolizando sabedoria, introspecção e transformação.
    Atividades Ideais: Revisão de projetos, emissão de notas e faturamento, organização de tarefas e conclusão de pendências. Use esse período para refletir sobre o progresso e ajustar planos conforme necessário.
    Autocuidado: Pratique atividades que promovam o relaxamento e a introspecção, como yoga, meditação ou leitura de um bom livro.

    Fase Menstrual: A Lua Nova e o Inverno
    A fase menstrual é um momento de renovação e descanso, refletindo a lua nova e o inverno, épocas de recolhimento e regeneração.

    Arquétipo: A Anciã, simbolizando sabedoria profunda, descanso e renovação.
    Atividades Ideais: Descanso e reflexão. Evite sobrecarregar-se com tarefas exigentes. Use este período para se reconectar com sua essência e planejar a próxima fase do seu ciclo.
    Autocuidado: Respeite os limites do seu corpo. Permita-se momentos de quietude e autocuidado profundo, como banhos relaxantes, massagens e práticas de journaling para introspecção.

    Integração da Ciclicidade com a Rotina de Trabalho
    Integrar a ciclicidade feminina com a rotina de trabalho não é apenas uma questão de produtividade, mas de autoconhecimento e respeito pelo nosso corpo e natureza. Ao alinhar nossas atividades com as fases do nosso ciclo menstrual, as fases da lua e as estações do ano, criamos um fluxo harmonioso que respeita nossa energia e capacidades naturais.

    Conhecimento e Autoconhecimento
    O conhecimento sobre a ciclicidade feminina e sua influência na produtividade é crucial para uma melhor gestão do tempo e da energia. O autoconhecimento permite que adaptemos nossas rotinas de trabalho às necessidades do nosso corpo, promovendo um estilo de vida mais equilibrado e produtivo.

    Natureza e Produtividade
    Assim como a natureza é cíclica, nossa produtividade também deve respeitar esses ritmos. Em vez de forçar um modelo de produtividade constante e mecanizado, devemos aprender a honrar e adaptar nossas rotinas às necessidades naturais do nosso corpo.

    Vamos nos conectar com nossa essência feminina, explorar nosso potencial e criar uma vida significativa e empoderada, respeitando nossa ciclicidade e harmonizando nossa produtividade com os ciclos naturais da vida.

    Para se aprofundar mais nesse tema e obter dicas práticas de como integrar a ciclicidade feminina na sua rotina, continue acompanhando nosso blog e participe da Comunidade Consciência Feminina, onde compartilhamos conteúdos exclusivos e oferecemos suporte para sua jornada de autoconhecimento e empoderamento.

    Você é forte e capaz. Vamos brilhar juntas!

    5 novembro
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    Fortalecendo a Relação com Seus Filhos por Meio da Empatia

    Atendi, por décadas, crianças em meu consultório, vivenciando de perto as complexidades e os desafios do desenvolvimento infantil. Embora hoje meu trabalho esteja direcionado ao autoconhecimento e empoderamento feminino, não atuando mais diretamente com a psicologia infantil, esse tema ainda me toca profundamente.
    Observar pais e mães que, muitas vezes sem perceber, se relacionam com seus filhos de forma rígida e inflexível desperta em mim o desejo de compartilhar reflexões que possam ajudar a transformar esses relacionamentos em vínculos mais saudáveis e empáticos.

    Você já parou para observar como seu filho reage diante de regras e rotinas que não foram explicadas ou negociadas?

    Será que impor horários rígidos e forçar a obediência a todo custo está realmente ensinando respeito ou criando medo? Como seria, então, uma disciplina que combina estrutura e afeto, acolhendo as necessidades emocionais da criança?

    Essas perguntas são um convite para refletirmos sobre práticas de criação que muitos de nós aprendemos, mas que podem ser revisitadas para promover um desenvolvimento mais saudável e fortalecer o vínculo com nossos filhos.

    Hoje, ainda vemos muitos pais que mantêm uma abordagem rígida e inflexível na criação de seus filhos, acreditando que disciplina é sinônimo de obediência absoluta e conformidade. Há quem insista que as crianças devem comer sempre no mesmo horário e o que é servido, sem qualquer espaço para as preferências ou necessidades específicas dos pequenos. Mesmo que a criança proteste, recuse o alimento ou demonstre claramente desconforto, alguns pais veem o cumprimento da regra como essencial, ignorando o choro e o mal-estar infantil até que, vencida pela exaustão, a criança adormeça. Muitos ainda acreditam que, agindo assim, estão ensinando “respeito e disciplina,” mas, na verdade, essa prática frequentemente gera sentimentos de frustração, medo e angústia.

    Outro exemplo é quando os pais decidem interromper uma atividade, como uma brincadeira ou um momento de televisão, sem qualquer aviso ou explicação. A criança, envolvida em sua atividade e sem uma compreensão clara de tempo e transições abruptas, é forçada a parar imediatamente, mesmo entre protestos e lágrimas. Esse comportamento é frequentemente visto como “birra” ou “teimosia” e, sem acolhimento, a criança é compelida a obedecer, sob a justificativa de que isso a ensina a “respeitar os limites impostos.”

    Há ainda a questão do sono: muitos pais estabelecem horários rígidos, sem considerar o ritmo natural de cada criança. Quando decidem que é hora de dormir, a criança deve estar pronta, com ou sem sono. Sem flexibilidade, esses pequenos ficam sozinhos no escuro, enfrentando o ambiente desconfortável, muitas vezes com ansiedade ou medo, até finalmente dormirem de exaustão.

    Essas práticas, baseadas na ideia de que “criança não tem querer,” ignoram necessidades emocionais e psicológicas essenciais para o desenvolvimento infantil. Essa abordagem, por mais que pareça disciplinadora, desconsidera que o aprendizado e o amadurecimento infantil requerem a compreensão e o acolhimento das emoções. Forçar a obediência sem nenhuma margem para negociação ou empatia pode ensinar submissão, e não respeito; medo, e não confiança. Crescendo em um ambiente assim, muitas crianças acabam desenvolvendo uma relação conflituosa entre seus próprios desejos e a necessidade de agradar, carregando para a vida adulta a ideia de que suas necessidades emocionais são menos importantes que a obediência.

    No campo da psicologia infantil, esses métodos vêm sendo questionados e reformulados, pois hoje se sabe que crianças precisam não só de limites, mas de compreensão, empatia e abertura ao diálogo. Criar um ambiente onde a criança possa expressar-se e ter algumas de suas escolhas respeitadas – ainda que com limites quando necessário – contribui para o desenvolvimento de indivíduos mais seguros, empáticos e autônomos.

    Finalizo deixando uma mensagem de reflexão para pais, mães e cuidadores que buscam construir relações mais conscientes e respeitosas com as crianças. Parar para avaliar nossas atitudes, especialmente aquelas que herdamos sem questionar, é um passo essencial no caminho evolutivo. Pequenas mudanças na forma como nos relacionamos com os filhos podem transformar profundamente o ambiente familiar e ajudar a construir um futuro mais acolhedor e humano para todos.

    Afinal, em um mundo que muitas vezes é hostil, é em casa, nos primeiros vínculos de afeto e confiança, que as crianças encontram o alicerce para enfrentá-lo com segurança, empatia e autoconfiança.

    Que nossas escolhas hoje sejam sementes de um amanhã melhor.

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